O Amor É Para Todos (Preview)


Já tem cover, o primeiro single está por horas, e eu nem acredito que ainda falta tanto tempo para chegar o mês de Outubro! Se não morrer de ansiedade, morro de desilusão, ou então, como habitualmente a cada 3 ou 4 anos, deleitar-me-ei com o provável álbum do ano, ou não nos habituasse assim tão (bem) mal esta banda de outro planeta... Espero (e desespero) para ver (e ouvir)!

Da Clenched Fist, Hoy!

- Bandeiras, bonés, carteiras e bolsas para telemóveis, em barda, como manda a lei;
- Tonis à moda antiga, bem vestidos com a pelagem do peito à mostra e o palito dos dentes a decorar a fronha deslavada;
- Um "entertainer" a pseudo-cantar, que quando falhava o playback, tentava em vão remediar a questão socorrendo-se da sua memória auditiva, deturpando as letras de músicas tão conhecidas, que até a minha avó saberia trauteá-las melhor que ele, que foi pago para o efeito (sim, muitíssimo pior que Zé Cabra...);
- Os atrasos do costume;
- O atrasado mental que deixa o carro estacionado no único sítio onde não era suposto, obrigando à interrupção das hostilidades;
- Um speaker de excelente nível;
- Bons discursos carregados de uma esperança utópica em melhores dias vindouros, a atingir através do voto de mudança que há mais de 30 anos não chega;
- O aplauso constante, arrancado aos "poucos mas bons" do costume;
- A tainada final, num espaço ainda mais exíguo que o principal, tal a quantidade de Tonis
esfaimados que acorreram ao evento para, uma vez de quatro em quatro anos (mais coisa menos coisa), encherem a pança à pala dos políticos.

Bem vindos ao maravilhoso mundo dos comícios políticos...

E em relação ao meu sentimento pelo astro da música que lá actuou, deixo-vos com uma pequena citação atribuída a uma certa tenista, de seu nome SERENA Williams:

"
I'm going to take this fucking ball and shove it down your fucking throat!"

Amen to that!

Inglourious Basterds



Eu que nem tenho muita paciência para escrever críticas cinematográficas, não podia deixar de expressar publicamente as minhas impressões sobre essa maravilha em forma de filme, intitulado Inglourious Basterds, ou na ranhosa tradução tuga, Sacanas Sem Lei.

E que festim nos preparou esse intratável Chef chamado Quentin Tarantino!


Já havia provado os seus dotes culinários em muitas outras ocasiões, mas nesta sua obra prima (sim, superior ao Pulp Fiction em vários aspectos, a meu ver) mostra porque é um dos mais geniais cineastas da actualidade (talvez o melhor, de momento, em minha opinião).

Sendo um filme que tem como mote a Segunda Guerra Mundial, Tarantino soube montar as peças do puzzle como ninguém, fundindo duas histórias numa só, e contornando um pouco o horror do holocausto para virar o feitiço contra o feiticeiro, proporcionando-nos um festim que reconforta a alma dos justos, e decerto provoca grandiosas erupções cutâneas nos que actualmente teimam ainda em seguir as ideologias de Hitler.


Hitler que, em meia dúzia de aparições apenas, é retratado de uma forma tão brilhante, que é possível ao espectador comum, apreender de uma forma nunca vista o carácter do mais desprezível de todos os homens, e só por esse pequeno pormenor, temos de tirar o chapéu ao senhor escritor/realizador.

Nein nein nein nein nein nein!

No fundo, a escolha do casting não poderia ter sido mais acertada, com cada peça do tabuleiro a mover-se exactamente como era suposto, ou melhor ainda.


Desde o sotaque hilariante do Brad Pitt (a parte em que tem de falar italiano colocou a sala de cinema em delírio, com gargalhadas bem audíveis), passando pela interpretação mais que perfeita de Hans Landa por parte de Christoph Waltz (o subtil e inteligentíssimo caçador de judeus, num papel que certamente lhe abrirá as portas de Hollywood, mas que grande actor!), enfim, nem há palavras.

Nunca os clichés e as frases feitas foram tão agradáveis aos sentidos.

E a banda sonora? Do outro mundo, como seria de esperar, essa era a única coisa que eu tinha a certeza ir adorar, antes de entrar na sala.

Uma matança das antigas, cruel e visceral, sanguinária e impiedosa, inteligente e calculista, arrepiante e hilariante ao mesmo tempo, no fundo, um filme a roçar a perfeição, com tanto que se lhe diga, que por mais que me esforçasse, jamais seria capaz de vos transmitir um décimo daquilo que vos espera nas duas horas e meia (que passam num alustro) que dura aquela que é, para já, e na minha opinião, a película do ano.


Ah, não fiquem com remorsos se, lá pelo meio, ficarem com um certo sentimento de compaixão pelos nazis... O Aldo não brinca quando refere "Each and every man under my command owes me one hundred Nazi scalps... and I want my scalps"... E mais não digo. :D

Se puderem ir ao cinema não hesitem, este é um daqueles que valem bem o dinheiro, isto se souberem apreciar cinema de topo, daquele que nos deleita com pequeníssimos detalhes... Se não souberem, ou se forem demasiado susceptíveis, vale mais nem sequer saírem de casa.

You know somethin', Utivich? I think this might just be my masterpiece.

Overall... 9.5/10